quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Boas Festas e um 2016 no devagar depressa do tempo



Mudança: substantivo feminino, modificação do estado de algo. Mudar: verbo transitivo direto e intransitivo e pronominal, fazer ou sofrer modificação; modificar(-se), alterar(-se).
O ano começa com as incógnitas sobre o 2015 e termina com as incógnitas sobre 2016.
Como parece que 365 dias não foram suficientes para que as mudanças acontecessem, para eliminarmos as incógnitas. Fica sempre a sensação de que nada mudou, que a vida vem se repetindo. Me da a sensação de estarmos parados.

Sentado a frente do notebook, olhando pela janela o tempo a se gastar enquanto as nuvens custavam a se movimentar, fiquei pensando por que não sentimos o movimento da terra.
Será que realmente não percebemos ou essa maldita labirintite é fruto dessa rotação ou translação?
Aprendemos nos idos de colégio que a inércia é a responsável por essa sensação e ainda nas teorias administrativas que a melhoria contínua passa quase que despercebida ao contrario da reengenharia que é sentida de imediato.
Na verdade as coisas vão acontecendo em movimentos contínuos e ficamos inertes sentindo o efeito dos acontecimentos que muitas vezes levam anos pra nos impactar ou pra que possamos perceber que eles nos impactaram. A pausa nesse movimento,   magistralmente observada por Drumond, é denominada final de final de ano. E normalmente é nela que acontece o rito sumario da retrospectiva.
Eu venho cansando de falar em crise, e de me propor orgulhoso um novo comportamento pro ano que vem. Confesso que após viver um bom volume de finais de ano, tenho feito a retrospectiva quase que a cada dia, ao perder um amigo querido (cada vez mais da minha idade), ao  contar o numero de remédio que passei a tomar, ao perceber que já não dou conta das madrugadas como outrora.
Tenho olhado mais devagar para o movimento continuo da terra, vejo que as vezes é necessário que ela dê muitas voltas em rotação ou em translação pra que as coisas aconteçam. Em um mundo com milhares de anos me parece que cobrar resultados de apenas um ano é exigir demais pra quem vive na inércia que é a vida.
Observei minha filha com seus 18 anos começar a se mandar por um mundo em sua primeira viajem solitária a procura de suas respostas e a vi retornar talvez mais em dúvida, como pede a vida. Vi o amigo Gilberto se despedir de seus ideais indo a procura de suas resposta em outro plano. Cumpri a promessa de ver o Gilmour tocando ao vivo, aos vivos, mesmo quando pra falar a verdade eu já não acreditava mais nisso. Me vi como sempre rodeado dos meus verdadeiros amigos e por incrível que pareça, ainda me parecem ser os mesmos.

A coisa é tão maluca que nessa brincadeira de fazer uma retrospectiva por ano, lá se vão 49 e me sigo aqui imaginando como será a quinquagésima.


Desejo a você boas festas e que em 2016 você possa olhar pela janela desse avião chamado vida, e perceber ela te impactando enquanto se movimenta para o lado que ela quiser te levar, pois como diria Guimarães "As coisas mudam no devagar depressa dos tempos".


Dráusio

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