sábado, 24 de dezembro de 2016

Dois mil e uns dezesseis ...


Eita 2016 pesado!

O Ano começa com uma notícia muito triste pra mim e pra muitos amigos, que foi o fechamento da Corneta. Trabalhei boa parte da minha vida por lá, seja como funcionário ou como fornecedor e tinha um grande respeito pela empresa. Ali me sentia em casa.
Logo depois perdi meu amigo Fritz (ex-proprietário e presidente da Corneta). Aprendi muitas coisas com o amigo que todo ano me ligava no aniversário e eu retribuía a ligação no Natal. Nem me lembro a quantos anos isso se repetia, mas foram mais de uma década.

Além das tragédias diárias ou ainda as conjuntas que o ano nos apresentou, “Seo” Calixto resolveu partir para outra missão na véspera do dia dos pais e antevéspera do meu aniversário.
Meu pai como bom filósofo sempre me incentivou a investigar e pensar sobre os fundamentos ou essências da realidade circundante e não consigo mais terminar o ano sem refletir sobre eles.

É natural no ser humano a necessidade de classificar. Seja objetos, pessoas, natureza, espíritos...Tudo nessa vida é classificado. Acredito que o homem só consiga entender as coisas quando as separa em partes e assim também o fez com o tempo em séculos, anos, meses, dias, horas, minuto, segundos… entre os vivos e os mortos, o que começou e o que acabou, ou seja, o homem classificou a vida. 

Quando chega a mudança de classe 2016 para classe 2017, fico pensando o quanto fomos classificados nos últimos tempos, em especial no Brasil. 

Nesse período de turbulência, criou-se as classes dos “coxinhas” e a dos “mortadelas”, criou-se a classe dos “petralhas” e a dos patos. Se tornou gritante a existência dos corruptos e principalmente a dos “políticos corruptos” (para muitos classificada como pleonasmo). Ressurgiu a já conhecida classificação entre sulistas e nordestinos, relembraram da classe dos militares, da classe dos reacionários, a classe dos cassados, a classe dos golpistas e dos “impichados”, entre outras tantas. 

Realmente se tivesse que classificar 2016 diria que foi o ano das Classificações!!!

Sendo a classificação o ato de dividir/separar em classes, ou melhor em conjuntos que se assemelham ou tem a mesma função, não encontrei nas definições nada que o levasse a esse sentimento de separação que a vida tem me dado. 

Mesmo na separação física das pessoas que se foram, continua um lado bom na lembrança das coisas vividas, não só das que classificamos como boas mas também das classificadas como ruins ou tristes.
Mas não me refiro as “perdas” que tive, me refiro ao sentimento de separação dos amigos num mundo classificado. Me refiro a essa proximidade que existe entre os substantivos classificação e segregação. Porquê mesmo não sendo sinônimos a cada dia me parecem sê-los.

Me parece que essa divisão de pensamentos, essa classificação do lado direito ou esquerdo, vem resultando cada vez mais em segregação. E podemos extrapolar o assunto indo para religião e seita, raça, opção sexual, poder econômico, etc. Fico pensando até que ponto classificamos ou segregamos, o próximo, os familiares ou os amigos?

Na vontade de juntar os classificados que foram segregados, desejo ao Todo, ou a todos, um 2017 único e repleto de harmonia, com todos juntos e misturados nessa alegria que é a vida.

Boas Festas!

Opa!? Ia me esquecendo: e com meu Corinthians Classificado!