Por
tese esse foi um ano difícil e chato.
Um ano que economicamente
parecia querer embalar no inicio, mas que foi perdendo a força com o
tempo. E assim ele passou no "Acho que agora vai".
Conversando com um amigo
ele me disse: "ainda bem que podemos colocar a culpa no fato de
ser bissexto".
Fiquei aqui pensando e
com a sensação de um ano perdido cheguei a antítese.
Como pode ser ruim
economicamente se firmei novas parcerias, abri novos clientes, tenho
várias propostas que ainda não aconteceram, tive trabalho o ano
inteiro mesmo com o dinheiro curto.
Como pode ser ruim o ano
que marcou os 15 anos de minha filha com direito a uma festa
inesquecível ao lado de amigos e parentes.
Como pode ser ruim um ano
onde o sujeito consegue ter três alegrias futebolísticas:
Libertadores, Mundial e a queda do Palmeiras.
Como pode ser ruim um ano
com um Show inesquecível com ajudas dos amigos, participação do
Edvaldo Santana, sob a lua azul e que ao final rendeu um disco que
esta saindo na porta do forno.
Como pode ser ruim um
ano, melhor dizendo, mais um ano que somamos juntos eu e a Anna.
Como pode ser ruim um ano
onde terminamos, se não mais saudáveis, em pé.
Por que será que as tristezas marcam mais que nossas alegrias?
Vinícius de Moraes já
dizia “É melhor ser alegre do que triste” e que a “Tristeza
não tem fim, felicidade sim”.
E é sempre assim,
alegria e tristeza estão presentes nas nossas vidas uma a lado da
outra, ou melhor, uma não existe sem a outra.
Porém
a tristeza, sendo um sentimento que responde a
estímulos internos, como recordações, memórias, vivências; ou
externos, como a perda de um emprego, título, ou de um amor. Não se
trata de uma emoção, que é uma resposta imediata a um estímulo.
No caso da tristeza, nosso organismo elabora a sensação e
amadurece-a antes de manifestar. É uma resposta natural a situações
de perda ou de frustrações, em que são liberados hormônios
cerebrais, chamados neurormônios, responsáveis pela angústia,
melancolia ou coração apertado.
E
como ninguém recebe notícia boa toda hora fica difícil se livrar da
tristeza. Ficamos o tempo todo cobrando de nós mesmo uma felicidade
constante. Queremos que a alegria dure eternamente. Robert
Wright acredita que a tristeza tenha sua participação até mesmo no
processo evolutivo. “Se a alegria que vem após o sexo não
terminasse nunca, os animais copulariam apenas uma vez na vida”,
diz Wright. Então ela não pode ser tão ruim assim. O mesmo Vinícius dizia:
“pois pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de
tristeza senão não se faz um samba não”. E principalmente na
música percebemos a importância da tristeza na criação com suas
dores de cotovelo, saudades, etc.
Talvez a síntese da vida
esteja no equilíbrio entre tristeza e alegria, nesta flutuação
entre os dois sentimentos ao qual percebemos no dia a dia. E sendo
assim talvez devêssemos não valorizar tanto os estímulos internos
para que a tristeza não tome conta de nossa vida bem como não cobrar-nos a felicidade eterna e nos entristecermos com a frustração
de não consegui-la.
E aos meus amigos e
amigas desejo que as festas sejam repletas de alegrias e que a
tristeza seja passageira. Para o novo ano que a alegria continue
equilibrando a tristeza e nos inspirando a viver a vida.
Antes que eu me esqueça
queria dizer que posso ser um amigo displicente mas não sou um
ex-amigo.
Abraços e boas festas