sábado, 24 de dezembro de 2016

Dois mil e uns dezesseis ...


Eita 2016 pesado!

O Ano começa com uma notícia muito triste pra mim e pra muitos amigos, que foi o fechamento da Corneta. Trabalhei boa parte da minha vida por lá, seja como funcionário ou como fornecedor e tinha um grande respeito pela empresa. Ali me sentia em casa.
Logo depois perdi meu amigo Fritz (ex-proprietário e presidente da Corneta). Aprendi muitas coisas com o amigo que todo ano me ligava no aniversário e eu retribuía a ligação no Natal. Nem me lembro a quantos anos isso se repetia, mas foram mais de uma década.

Além das tragédias diárias ou ainda as conjuntas que o ano nos apresentou, “Seo” Calixto resolveu partir para outra missão na véspera do dia dos pais e antevéspera do meu aniversário.
Meu pai como bom filósofo sempre me incentivou a investigar e pensar sobre os fundamentos ou essências da realidade circundante e não consigo mais terminar o ano sem refletir sobre eles.

É natural no ser humano a necessidade de classificar. Seja objetos, pessoas, natureza, espíritos...Tudo nessa vida é classificado. Acredito que o homem só consiga entender as coisas quando as separa em partes e assim também o fez com o tempo em séculos, anos, meses, dias, horas, minuto, segundos… entre os vivos e os mortos, o que começou e o que acabou, ou seja, o homem classificou a vida. 

Quando chega a mudança de classe 2016 para classe 2017, fico pensando o quanto fomos classificados nos últimos tempos, em especial no Brasil. 

Nesse período de turbulência, criou-se as classes dos “coxinhas” e a dos “mortadelas”, criou-se a classe dos “petralhas” e a dos patos. Se tornou gritante a existência dos corruptos e principalmente a dos “políticos corruptos” (para muitos classificada como pleonasmo). Ressurgiu a já conhecida classificação entre sulistas e nordestinos, relembraram da classe dos militares, da classe dos reacionários, a classe dos cassados, a classe dos golpistas e dos “impichados”, entre outras tantas. 

Realmente se tivesse que classificar 2016 diria que foi o ano das Classificações!!!

Sendo a classificação o ato de dividir/separar em classes, ou melhor em conjuntos que se assemelham ou tem a mesma função, não encontrei nas definições nada que o levasse a esse sentimento de separação que a vida tem me dado. 

Mesmo na separação física das pessoas que se foram, continua um lado bom na lembrança das coisas vividas, não só das que classificamos como boas mas também das classificadas como ruins ou tristes.
Mas não me refiro as “perdas” que tive, me refiro ao sentimento de separação dos amigos num mundo classificado. Me refiro a essa proximidade que existe entre os substantivos classificação e segregação. Porquê mesmo não sendo sinônimos a cada dia me parecem sê-los.

Me parece que essa divisão de pensamentos, essa classificação do lado direito ou esquerdo, vem resultando cada vez mais em segregação. E podemos extrapolar o assunto indo para religião e seita, raça, opção sexual, poder econômico, etc. Fico pensando até que ponto classificamos ou segregamos, o próximo, os familiares ou os amigos?

Na vontade de juntar os classificados que foram segregados, desejo ao Todo, ou a todos, um 2017 único e repleto de harmonia, com todos juntos e misturados nessa alegria que é a vida.

Boas Festas!

Opa!? Ia me esquecendo: e com meu Corinthians Classificado!

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

39 centavos - Bicho da Goiaba

Bicho da Goiaba 

(Eron Meira/Drausio)


Essa boa
Aquela ali é assim
Eu fico assim, meio assim
Porque a boa
Do outro lado tem bicho
Goiaba linda vai pro lixo

É tanta fruta que traduz a mulherada
Só de falar já virou até piada
Quesito peito já te dá a dimensão
Tem moranguinho, tem a pera e até melão.
Tem bunda jaca, tem laranja e companhia
Forma e textura tem até a melancia
Na rebolada o jambolão já cadencia

é fruta a beça
é mangaba
não interessa
não engana
se a cabeça
é de banana

Essa boa
Aquela ali é assim
Eu fico assim, meio assim
Porque a boa
Do outro lado tem bicho
Goiaba linda vai pro lixo

sábado, 27 de agosto de 2016

ESPN e a estatística burra

Hoje pela manhã acordei com a seguinte matéria no UOL.

http://espn.uol.com.br/noticia/625677_em-que-lugar-campeoes-de-publico-do-brasileiro-ficariam-nas-grandes-ligas-da-europa





Confesso que nunca vi uma coisa tão idiota como essa.

Essa matéria compara a média de publico nua e crua entre os times europeus e os brasileiros. Realmente uma asnice que não tem tamanho.

Sendo assim resolvi fazer uma asnice ainda pior: Confrontar a média de publico com a capacidade do estádio e verificar como fica.


Time Média Capacidade Média pela
Capacidade
Pela
Capacidade
Pela
Média
Bayern de Munique 75000 70000 107,14%
Borussia Dortmund 81178 80552 100,78%
Schalke 04 61386 61482 99,84%
Werder Bremen 40935 42358 96,64% 11º
Hamburgo 53700 57274 93,76%
Stuttgart (rebaixado) 51983 55896 93,00%
Eintracht Frankfurt 46676 52300 89,25%
Hannover (rebaixado) 41246 49951 82,57% 10º
Colônia 48676 61000 79,80%
PALMEIRAS 32242 43600 73,95% 10º 12º
CORINTHIANS 31937 47605 67,09% 11º 13º
Hertha Berlim 49704 74228 66,96% 12º
Borussia M'gladbach 51715 80552 64,20% 13º

Fiz a minha comparação só com os principais times e veja que existe uma pequena evolução na posição de Palmeiras e Corinthians, os melhores colocados de acordo com a média.

São duas comparações idiotas mas veja que o Weder Bremen sai de 11º para 4º e se levarmos em consideração que os dois brasileiros possuem arenas pequenas e jogam em campos ainda menores pelos campeonatos sendo que a torcida só vai ao jogo onde o time tem o mando, imagino que essa análise estatística traria um outro resultado se ainda olhássemos somente os jogos como mandante.

Pois é, a Média Aritmética é burro, como muito já se disse se pular num rio que tem em média 1 metro vc pode estar mergulhando numa profundidade de 30 centímetros ou de 3 metros, se o corpo esta em uma temperatura de 37 graus pode ser que esteja com o pé frio e a cabeça fervendo.

Em se tratando de média há o que se ponderar!

E cuidado ao ler textos e pesquisas por ai pois podemos levar a interpretação para onde quisermos, principalmente nessa época de eleições.


domingo, 14 de agosto de 2016

38 centavos - Se você não quer ouvir


Se você não quer ouvir 

(Drausio)


Se você não quer ouvir
Não pergunte a minha opinião
Não toque no assunto
Não lave minha boca com sabão

Um caos
o inferno e algo muito abstrato
que fica longe muito longe, além
se quiser saber onde é de fato
basta você discordar de alguém

Se você não quer ouvir
Não pergunte a minha opinião
Não toque no assunto
Não lave minha boca com sabão

Em paz
É lá do peito que saem as besteiras
Mesmo que turvas em minha dúbia ótica
Exponho sempre em minhas bebedeiras
A minha Bipolaridade Alcoólica

Se você não quer ouvir
Não pergunte a minha opinião
Não toque no assunto
Não lave minha boca com sabão

No mais
o que te ofende não é o que falo
ficar com raiva é sua opção
se te incomoda por que não me calo
não me desculpo sem precisão

Se você não quer ouvir
Não pergunte a minha opinião
Não toque no assunto
Não lave minha boca com sabão



50 centavos - Seu Calixto




Eu estava certo que ia chegar aqui hoje e postar o ultimo centavo dos cinquenta e de sacanagem tinha guardado uma coleção pra soltar tudo de uma vez e dizer:
- Vocês achavam que eu não iria conseguir!?
 

Ontem mesmo ainda brincando em um treinamento falava sobre planejamento, e falando sobre planejamento, não tinha como não usar o exemplo do maior planejador que conheço. Quem cruzou pelo meu caminho já deve estar cansado das minhas repetições sobre o melhor planejador, pois sei que ando muito repetitivo.
Más, se há milhares de anos essa história se repete ... Porque não eu?

Como definir um projeto sem dividi-lo em fases?
Como fazer algo sem ordenar as tarefas?
Porque tudo tem que acontecer rápido e ao mesmo tempo?
Pois é quem pensou esse mundo o fez em 6 fazes. Mesmo tendo o poder de dizer haja luz, e a coisa acontecer, criou no principio o céu e a terra. Passo a passo dentro do seu planejamento foi executando suas tarefas de forma que as coisas se completassem. E tão supremo que é, descansou no sétimo dia.

"Nois, besta que só, tenta criar um mundo a cada dia".


Quando dizemos haja luz, temos que pagar a conta, torcer pra não queimar os transformadores, pras pipas não gerar curto nos fios...

Quando conto esse exemplo de perfeição fica a sensação que é fácil planejar. E ai, sou obrigado a ir contra meu coração e dar o exemplo de que não basta planejar! Que é difícil executar! Que precisamos rever e corrigir o caminho quando o planejamento alheio é oposto ao seu. E ai meu melhor exemplo é meu time que demorou mais de 100 anos pra conseguir que seu planejamento lhe desse a libertadores.

Não é por que planejamos, que as coisas acontecem ...

Hoje pela manhã chamei meus irmãos para planejarmos o que faríamos no dia dos pais. Tinha em mente tomar um café com meu veio e enquanto teclava com o Douglas fui sondar o Claudio para ver se ele topava o café da manhã. Como o Claudio nem sempre responde de imediato ao meus "zaps" resolvi atormentar, eticamente posicionado nos moldes modernos, umas amigas que insistiam em falar de futebol. Logo o Douglas me chama dizendo que achava que o café seria antecipado pois meu pai tinha caído e ele iria para o Embú verificar a gravidade do tombo.

Pois é de lá pra cá, vou passar o dia dos pais velando meu velho.

E é por isso que tenho a certeza que o planejamento de Deus é muito maior do que a gente consegue entender. Temos muito o que aprender nessa vida.

Meu pai por exemplo, sem nenhum planejamento aparente, foi escrever o livro da sua vida. Como Historiador que é, saiu por ai coletando detalhes da vida dos seus e de muitos outros. Sempre me dizendo que não tinha problema pois não tinha nada e "só tem problema quem tem alguma coisa". 

No seu planejamento escreveu seu livro e isso já bastava. 
Meu irmão correu e deu cara e corpo aos seu escritos no livro que ficou pronto a quase um mês. Começamos o planejamento para fazer a noite de autógrafos.
Pedi para que ele autografasse o meu e na maior cara de pau me disse que estava sem ideias.
Semana passada fui leva-lo ao médico e ao chegar no Embú me entregou o exemplar autografado. Guardei pra abrir em casa pois queria ler em sossego. Ao ler a dedicatória vi que eu tinha feito algo pra alegrar meu velho que foi meu conforto e confidência por toda a vida. Mas o que mais me chamou a atenção foi a sua preocupação em traçar as pautas a lápis para que a escrita saísse caprichada tamanha importância que tinha aquelas palavras. Mas mesmo apagadas sobravam os restinhos da borracha enrolada é as bordas das pautas traçadas no bom e velho lápis e ignoradas por puro capricho da borracha. 


Pois hoje Seu Calixto se foi ...

Foi o Pastor,
Foi o Reverendo,
Foi o professor,
Mas não o Pai, 

o Amigo

Aquele que me ensinou que não adianta querer refazer o planejamento de Deus.

Foi escrever outros livros ao lado de Deus pois esse negócio de dar autógrafo nunca foi mesmo pra ele.

Agora, que eu queria que Deus fosse Corinthiano eu queria,

Ai quem sabe Seu Calixto não podia ficar mais 90 anos na fila ...

sábado, 4 de junho de 2016

37 centavos - Produção

Produção

(Poesia de Paulo Netho/Música Drausio)



Produção

Mundo não

Onde uns são

e outros cão



Produção

Mundo cão

Onde uns

e outros são


O que não são

segunda-feira, 30 de maio de 2016

36 centavos - É tudo água

É tudo água 

(Drausio)


Como é . . .
que nesse corpo o que mais tem é água
Se sua ausência me secou a alma
Se de chorar esvaziou-se o ser

Como é . . .
que nesse corpo que mais tem é água
Se só de bar vivo repondo a falta
Que eu chorei ao ti ver partir

Será . . .
que nesse corpo o que mais tem é água
Se perco o ar sempre que te vejo
Se o que o me seca é não te ter perto

E se . . .
seu beijo é o que me abastece
Se embaixo d'água morro sem ter ar
Será que nesse corpo farto d'água
O ar que falta ficou com você




sexta-feira, 20 de maio de 2016

35 centavos - Sobre tudo

Sobre Tudo

(Drausio)


Na cabeça se põem flores 
Se põe chifres
Se põe chapéus

Na cabeça se expõem ideias
Pintadas madeixas
Se cobrem com véu 

Encobertas por burcas
Ou lenços das turcas
Carecas por kipá

Na cabeça um turbante
Protetor ou hidratante
Pro sol de Pipá

Minha cabeça não é descanso
Não é criado-mudo 
Não é cama, não é mesa pra ser coberta

Minha cabeça não é cabide
Pra suportar seu sobre tudo 
Não está ai pra ser protegido do ataque da descoberta

Sob o quepe do milico 
Ordens pro bibico
Cassetete aos descontentes

Um cabelo pro roqueiro
Capacete ao motoqueiro 
Aureola pro descrente

Para o Rap um boné
Um coco em Canindé
 Mirandas em frutas

Formandos de capelo
Cabeças só em pelo 
Juízes de peruca

Minha cabeça não é descanso
Não é criado-mudo 
Não é cama, não é mesa pra ser coberta

Minha cabeça não é cabide
Pra suportar seu sobre tudo 
E o mundo que se cubra com as minhas descobertas



domingo, 8 de maio de 2016

34 centavos - Oração a Santa Meretriz

Oração a Santa Meretriz

(Drausio)


Santa Meretriz que deu a luz
aos filhos quistos por todos nos
mãe de assessores e políticos
do pudico ao promíscuo
do telemarketing, motoristas, motoboys

Santa Meretriz que nos pariu
que nos recebe sempre hospitaleira
quando chegamos de mansinho
por raiva de um bom vizinho
ou pelo mundo que nos recomenda

na sua casa                                 
onde os pais deitaram em seu leito
no aconchego de seus fartos peitos    
recebe os filhos sem graça
nos abraça
em festa farta e requinte
e mesmo que não pague o drink
não deixa ninguém sem taça 

Santa meretriz que estas com os seus
longe de querer causar-te dano
na minha fala sou direto
guarde as crias sob seu teto
Se eu bater na sua porta foi engano

Santa Meretriz eu te prometo
ser tolerantes com os teus
mas aos teus filhos que me emputecem
vão pra santa que os pariu


sexta-feira, 29 de abril de 2016

33 centavos - Ócio

Ócio

(Drausio)


Na felicidade de Lupicínio
Brindar o sossego num Tim Tim
Deitado na rede de Caymmi
Da qualidade desse time
Ao conforto que o nada traz pra mim
Proclamo que o Ócio é fascínio

Quero dar um salve pra De Masi
No ritmo que conserva as tartarugas
Desordenado tal Bocage
Brado no alpendre tomando aragem
Vendo a atividade contar suas rugas
Faço um nada com toda classe

Me diz ai Galego!
Quando for pra Jacumã me chama
Quero ir na Cada pra tomar uma cana
Deixar que o ócio passe a reinar

Quero a inspiração da santidade
Preparando o mundo para o sábado
Do ofício que quebrou o osso
Na labuta por um salário insosso
Vivendo a espera de um feriado
Quero a calma do fim da idade

Olhando as bundas com Lisboa
No balanço suave de Vinícius
Da calma que inicia o sexo
Num cigarro relaxo desconexo
Viajando nas brisas de outros vícios
É pro ócio que teço essa loa

Me diz ai Galego!
Quando for pra Jacumã me chama
Quero ir na Cada pra tomar uma cana
Deixar que o ócio passe a reinar

segunda-feira, 18 de abril de 2016

32 centavos - Canção Perdida

Canção Perdida 

(Poesia de Jhose Cordeirovich/Música Dráusio)


UMA BOCA
UM PEIXE DENTRO DELA
ENTÃO
UM NAVIO NO CENTRO
UMA BOCA DENTRO DELE
PRESTEZA DE INVENTO



UMA OUTRA
UMA NAVE NO CÉU
SENÃO
UMA VISÃO DO TEMPO
UMA BOCA DENTRO DELA
PRESTEZA DE INVENTO

DOIS CORPOS, TENS,
NUM ÚNICO INTENTO
VERSO, BOCA DENTRO
LUA BROWN NOITE TOWN
CANTO
CANTIGA
CATAVENTO



quarta-feira, 6 de abril de 2016

31 centavos - Pé

(Douglas/Dráusio)


Um pé na roça 
Um pé na Jaca
Um pé
Um pé na bosta
Um pé na bunda
Um pé
Um pé direito
Um é de cabra
Um pé no peito 
Um pé de vento
Um pé de anjo
Um pé de valsa

De pé, para aplaudir
Sem pé, pra prosseguir
A pé, lá vai um monge
Não muito longe alguém já deu no pé

Um pé na linha
Um pé na vinha
Um pé
Um pé na orelha 
Um pé nas costas
Um pé
Um pé de breque
Um pé de arvore
Um pé de boi
Um pé na estrada 
Um pé na porta
Um pé no altar

De pé, um ovo pede fé 
Meu lar, é onde estão meus pés
Meus pés, enfio pelas mãos
E neste pé, eu vivo aos pontapés 

sexta-feira, 25 de março de 2016

30 centavos - Uma música pra você que tenho

Uma música pra você que tenho

(Drausio)


Queria fazer uma música pra você, que tenho
Dizer tudo que sinto e quão vazio seria sem você
Mas como se a falta é minha maior inspiração
Se ter, nunca foi motivo para desespero

Queria cantar suas curvas a vontade de descobrir o seu segredo
Os sonhos, os desejos, o desconforto só, ao amanhecer
Mas como se ter, parece, não ter querer, nem ver pra crer...
Se algo que se tem não é passível de desejo

Queria cantar num ritmo agitado que lembrasse o seu gingado
O bater de um pobre coração que vive desesperado
Mas como se me sinto inteiro confortado
Se és meu acalanto e ao som do seu suspiro em seu colo me embalo

Não há nada que
Eu queira ou que eu procure
Em mim ou em ti
Nada destoa
E não me obriga a vida viver com quem eu tenho ...

E sendo assim eu volto todo dia para casa
Pras minhas posses, pros meus guardados, pros momentos colecionados
Pras nossas brigas pro seu excesso de cuidado
Pro seu domínio, pro seu ciúme, pro meu reino desgovernado

Não há nada que
Eu queira ou que eu procure
Em mim ou em ti
Nada destoa
E não me obriga a vida viver com quem eu tenho ...

terça-feira, 8 de março de 2016

29 centavos - Londrina

Londrina

(Poesia de Paulo Netho/Música Dráusio)

Eu não entendo este "Desvario 722"
Em 1986
Eu não entendo este céu azul
18:40 em Londrina
Eu não entendo
O cric-cric dos grilos
Parece que cricam
Alguma agonia
Eu não entendo os motores
24hs no ar
E todo esse Desvario 722"
Em 1986
É ausência de carinho
E todo esse céu
18:40 em Londrina
É sedução
E todos os grilos nesse mato urbano
É medo de amar
E todos os motores 24hs no ar
Jamais poderão ser razão
Pra gente
Se desesperar

sábado, 27 de fevereiro de 2016

28 centavos - Fogueiras

Fogueiras

(Poesia de José Ercio Rocchi/Música Dráusio)


Porque as chamas que ali 
Consomem  neutras bobagens 
Não se rebelam como eu rebelei 
E deixando de arder ao deus dará 
Não vem queimar no peito 
Amor desfeito, ontem perfeito 
Que hoje morto 
São neutras bobagens 
Pro fogo queimar.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

27 centavos - De costas

De Costas

(Dráusio)


Tudo que eu queria fazer eu já fiz
Eu quero querer muito mais
Eu quero mais gente
Eu quero mais festas
Mais dias bons
Menos dias especiais

Tudo que eu vi
Hoje minhas costas vão ver
E aonde minhas costas vão ver
Meus olhos viram
A muito tempo
Tudo que de costas
Eu sinto saudade

Você me dança
Ou eu danço por você
Não importa
O passado não vai fazer você mais feliz
Você me ama
E eu te engano
O passado não vai trazer a realidade ao seu nariz

Tudo que há de vir
É o que quero
Tudo que há de vir
É o que espero
Más eu quero que ainda venha muito mais
Muito mais


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

26 centavos - Um blues (que bom que você não existe)

Um blues - Que bom que você não existe

(Dráusio)


É!
Eu te imagino assim:
Bonita,
meio assim canela grossa
Magra, meio alta,
camiseta, calça jeans,
Tênis, unhas curtas, sem batom
Criança, adulta, na dose certa
É!
Eu te imagino assim:
Um filho, um beijo com gosto de chicletes,
Dançando, brincando, dizendo nada.
É!
Eu te imagino assim:
Carinho, carência, experiência,
Fazendo graça na hora do prazer
Sexo é coisa séria
Pra quem não sabe que nada mudou
É quase igual brincar de médico


É!
É como se você existisse
Não tem graça
Eu quero ser sério, ser adulto.
E você não passa de uma mentira de criança
Alguma história que eu invento pra dormir
Pra me iludir
Neta vontade de ser o príncipe
É!
tem dias que eu não vejo a hora de você existir
Mas seria triste
Se você deixasse de ser meu sonho,
Minha mentira
Que triste se você e tudo fosse verdade
E ao invés de te imaginar
Te sentisse, te aturasse
Que triste se você existisse
E fosse assim
E fosse assim pela vida toda.

É!
São mais de meia noite mas o dia ainda é o mesmo
Só não bateu saudades porque ainda te vejo
Te sinto
E você não é essa brincadeira sem graça
Que é!
Só sentir paixão
É!
Você é algo como sentir falta
Aquilo que precisa
Pra ser completo
É!
você é a falta
Aquilo que eu queria ter
Mas eu não nasci pra te ter
E você nasceu pra me fazer falta
É!
Que bom que você não existe


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

25 centavos - A idade que tenho

A idade que tenho

(Dráusio)

Poucos ficaram
Pra aproveitar
O resto da adrenalina que sobrou
Poucos perceberam
Aqueles que gastaram
Noites em claro a perceber

Que amar é raro
Raro é tudo aquilo que se pode ter
Que o tempo é caro
Mas não custa muito tempo sobreviver

Poucos perceberam
Que o tempo leva tempo
Pra passar
Quanto tempo se passou
Com a gente ficando
Passado pelo próprio tempo

Tentando viver
Tudo aquilo que ficou pra trás
Tentando viver
Essa sina assassina
Batalha de covardes atrás de perfeição

Não! Já não sei se sou santo
Não! Já não sei quantos anos são santos
Sei que são tantos
Quanto a quantidade de idade que tenho atoa

Não! Já não sei se sou santo
Não! Já não sei quantos anos são santos
Sei que são tantos
Quanto a quantidade de idade que trago e tenho atoa


sábado, 16 de janeiro de 2016

24 centavos - Adolescência

Adolescência

(Dráusio)


A solidão é uma constância
Desilusão uma consequência
Infinidades de opiniões
A conturbar os nossos corações
Tudo por inocência

Levando a vida assim ao léu
Inconvenientes e até "pinel"
Somos a nova sensação do mundo
Garotos frágeis quase sem carinho
Sempre ao dispor da critica

Teremos que matarmo-nos
Uns aos outros
Teremos que provocar
Nosso desgosto

Felicidade é alguma coisa assim
Nada pra você, tudo pra mim

E para o que querem os nosso pais
Nos esforçamos até demais
Mas pro que pedem nossos corações
Vivemos apenas




terça-feira, 5 de janeiro de 2016

23 centavos - Nova Ironia

Essa letra, na verdade um poema do Paulo Netho, é uma música que não sei porque vira e mexe fica atual. Criada na época da Nova República infelizmente se torna atual com a nova leva de escrotos.

Nova Ironia

(Paulo Netho/Dráusio)


Por traz de cada muro
Uma medida de precaução
Antes que seja tarde
Antes que seja um furo
Nascido bem
Antes bem que mal
Sabedor que a existência passa
É passageira
Pra quem está a frente
E muito mais
Pra quem está atrás
Pecado ou não
A realidade vem a tona
Na mesa de um bar
Ou em outro bar
Lucidez e bobagens
Sem querer muito
Sempre estive só
Falando coisas
Como quem fala alguma coisa
Agora fecho a janela
Não vejo nada
Solto solto
Minha mais nova ironia
Isso tudo é babaquice
Invento uma nova nação
Sem legendários escrotos