sábado, 3 de outubro de 2020


 

Fico remoendo a amizade
Sempre tive os malquistos
nunca convivi com santos
É tudo encrenca mesmo
Nunca faltou um tostão
Fosse por João, ou Luiz
Com Paulo o valentão
Brigar eu nunca quis
O Byll me trouxe a razão
Mesmo seguindo a esmo
Andei caindo nos cantos
e com meus amigos esquisitos
me deparei com a lealdade

Sem ter amigo falso
até que comprovem primeiro
Pra mim era indiferente
Pois não tinha nem bem idade
Nunca quis um galanteio
que não fosse de Dona Eunice
Nas mãos de Beatriz fui leão
Reforçando o que mãe disse
E não quero fugir do meio
Pensando em igualdade
Pra alguns sou intransigente
Pra mim bom gandaieiro
Personagem de qualquer causo

Valorizando meu ninho
Com concorrência boa
Dos irmãos sou caçulinha
Mas nem por isso o mais frágil
Ser rezado de cobra
Só me deu imunidade
Sou cria de vó com orgulho
E faço o que me da vontade
Sem ser resumo da obra
Creio que sou bem versátil
Não gasto frase na rinha
Muito menos palavra a toa
só grito, devagarinho

Por mais que fique na minha
A voz sempre destoa
Pra dizer dos que conheci
Rasgo o verbo em soberba
Pois nada adianta uma vida
Pra quem vai viver sozinho
Uma alma precisa da outra
Mesmo que seja o vizinho
Pois quem só negocia a ida
Estranha encontrar a vereda
Se tive o que mereci
Não reclamo, na boa
A vida segue e caminha